sábado, 12 de setembro de 2009

Avenida

Piso fundo e caio ao barulho, solto, vulto, intermitente...
À avenida que se expande no ser, em ser que será
De outrora, de outras e outras várias, na mente...
Ao vento...dos meus pés que irão passar...

Cortando becos pela floresta de aço,
De mim...e de medos que tanto faço,
Sou pincel, andarílio, artesão, o mar
Em seu sorriso, que abrigo ao imaginar...

Os lábios, o calor da pele,o cheiro... de outra madrugada,
Que sim, foi-se calada quanto morna, na sessão deste ermo,
Em mim, sempre foi...sempre é... tão ilhada,
Pesada, amada, incendiada...que no verso não se vê outro termo.

De se enterrar, ao andar, sem ter força
No caminho mais coberto...
De chuva que não seca em deserto.
A avenida vai, então, imergir...em poça!

E eu vou...
Se vou....fugir
E eu estou,
Se sou,
E eu sou,
Se estou
A ir...

Ao acaso , de repente, a nado por esta alameda sem margem...
Pelas noites claras de seus olhos, em varias fases e faces
E serei estes e todos outros seus, alagados num recife, na dor que fazes...
Para ver em mim tantas e uma passagem.


Edge;)

Um comentário:

  1. "De mim..e de medos que tanto faço
    Sou pincel, andarilio, artesão, o mar"

    Lindo.

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