terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tempo


Tempo, teu tédio é fascista
Mastiga-nos muito, minuciosamente
Depois, nos mente...Mente!
Tempo,teu tempero é fordista.

Tempo, és todo tênue,
Encontras nos relógios,
Sempre, quaisquer senzalas...
E assim, do nada, te calas.

Não fale,tão mudo,
Por onde vive o teu remédio.
Arrasta, arranha, avisa, Assanha
O mundo morgado pro Tédio.

Que Câncer moderno!
Que sangra nos dizendo-"que tédio!"
Faça-nos suar no inverno,
Por qualquer segundo de assédio

Quando berras teu silêncio mais alto,
Em tic-tacs trêmulos de ponteiros tortos.
Achas que estamos, todos, mortos...?

Tempo,o que te resta pra partir,
Não te consome tanto,
O quanto o mundo quer sentir!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Felicidade

Queria o espaço do maior segundo,para dizer:
-Felicidade
E o tamanho da menor mentira pra me perder
Da vaidade.

Só não saberia entender se o que muda
É a cabeça , ou a gentileza da coragem.
Se na tristeza mora felicidade,
Ou a alegria é forma de miragem.

Queria soltar dor pela janela,
E ainda,através dela
Gritar na maior vontade:
-Feliz cidade!

Para toda cura:
Felicidade

O tempo nos ama calado,
-Covarde
Enquanto a velocidade ainda demora,
No querer do amor roubado
De Verdade.
Felicidade que vai embora.

Queria o silêncio de algum minuto,
Para descontar qualquer contagem de idade,
Para escrever,fingir,mentir,sofrer...
Ou apenas dizer:

-Felicidade


Edge M.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Introspectivo

Ser tão inteiramente introspectivo,
Pelo tempo que passa arrastado,
É cozinhar poesia para uma forte fome
E rir a alegria falsa do peito arrasado.

Chorando história,apalpando som
Dançando aquilo ,que se acha no tom...

Para um amor de carnaval,q caminha sempre perdido,
Por esquinas tristes vestidas de mascaras alegres,
Beijando a pressa crua e voada da paixão,esquecido
Como quem nunca tivesse sido...

Ouvido

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Doce sede da hipótese

Tomei um café de sorriso amanhecido,
Vendo, em tal corpo dono, uma estrada
Ao longo do deserto bege e alvorecido.

Não sei quem foi ela ,ou se de mim que era

Mas,tranquei minhas traquéias,com o cuidado
De não espantar o pavor de minha paixão.
Recolhi,em sutil e curta imensidão,
Minha alma magra e seca de pecado.

Senti os mais calmos ventos pesados,
Do beijo noturno de seus lábios rachados.
E não cuidei-me de qualquer cuidado

Ela,então, me deu um chá pra febre fria,
Sem curar a ousadia de minha sede
Sem me dar noite para o fim do dia.

E,assim mesmo,adormeci,leve, na amargura do seu doce
Apenas com um caminho na mente,pra esquecer
Quem eu achava que ,no meu profundo talvez, fosse...