domingo, 4 de abril de 2010

Menino do rio

E fosse noite nas aguas todas claras,transparentes de saudade
E fosse o sonho plausível com qualquer exasperado desejo
Por minha coragem covarde,fantasia do beijo que não vejo.

O que se julga por sombrio
É parte do cheiro que almejo,
Na companhia que me abriga,
Da força limpa de todo rio!

Doce paixão amarga,indubitável!
Selvagem pelo córrego instável.
Lenta, leve ,louca , louvável!

Linda noite, nos seixos caídos das estrelas,
Se eu quisesse todo abraço disso,com alguma melodia,
Deveria ,com empenho, fazer coisas verdadeiras.

Nesse rio,em que se extrai qualquer água de fora
Fazendo da lágrima felicidade,um pulo cego na cachoeira
Um abismo infinito de prazer,pela libido que aflora...
Sou caçador de contos,viajante romântico,artista da poeira.

E o rio que umidesse o tempo,fugaz,sem divisão
Grita sua selva em mim,com a doçura do amor.
Com a paz profunda da mais leve respiração.
Com sons e mordidas de lobos , vivas na dor!

Menino lobo,eu ,nu e só,na madrugada dessa correnteza
Sem certeza,sem certeza,sem certeza.

E fosse dia na vida dela,tão carente por novo fim.
E fosse o sonho adaptável com toda alucinação
Da minha fantasia,da lanterna perdida no jardim.

Leque de idéias tão doces e vozes macias,
Sentindo a chama mais branda da relva,
Definindo o barulho da garoa e suas vias.

Lenta prosa que escorre nos olhos brancos dos mundos
Se eu quisesse toda paixão disso,com alguma sintonia,
De novo ,Mergulharia-me,pelas águas de sonhos profundos.

Como um peixe cinza entre as pedras.

E o faço só,sem pisar no que confio
Pescador do mundo bucólico,fio em todo o vão
Do pranto atordoado e frio da paixão
Pela pureza de um menino vivo em seu rio.

Rio , pauta de canção!

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