sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Contemplando uma mentira

Extraviado, um estranho ou um perdido satélite desregulado,
Impulsivo como um risco de fósforo contra a caixa.
Se me achas, não sei , enquanto dou um show como um mal amado.
E a musica se apaga, a luz se cala e você não encaixa, não encaixa.

E se constrói na covardia da tua beleza,
Esvaindo-se no respirar pesado e inseguro de tristeza.
Como te amo com desprezo! E mesmo assim me derreto,
Compondo, ainda sóbrio , aquilo que não converto.

És o mar que mergulha contra o continente,
Faz a arte, o desejo, a festa e depois mente.
E não sai ... Eu não aborto da minha mente.

Talvez, porque não queira, eu
Ou, talvez , também, porque não saiba,
Cego e crente, que ninguém te envelheceu.



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Subconsciente

Vai fundo , como um mergulho em águas negras e profundas,
Um fôlego incerto, uma sensação perdida
Vou fundo...
Conhecendo e perdendo
Uma chuva forte como um paladar silencioso.
Uma forma de idéia.
Labirintos e caminhos a se perder...pra acordar
E esquecer...
E não convencer...

Que as idéias se infiltram e se camuflam.
Mas nunca deixam de habitar...
E adormecem...E em seus próprios esquecimentos transparentes
Esquecem-se ...continuando lá.
Aonde estou?

O coração disparou, mas não sentiu que acordou
Ou talvez sim,
Tudo caminha sem se afirmar,
Insanos impactos inócuos...
Será que estou ileso?

Vou fundo num mergulho em águas negras e profundas
Como um anfíbio bastardo, em um pântano.
Vai fundo!
Rastejando-se pelo orgasmo da ânsia delirante...
Alcançando os pedaços de fibras, entre as vértebras das imagens,
Flashes, passagens , pesadelo e realidade...,vaidade
Barulhos, medos, sussurros, choques...
A crueldade nua da verdade!
Tudo dormente....
Até voltar a disparar...
Sol, sol, sol ,sol ,sol , música, sol e sol...

No início do dia ,então,
Mergulho em águas limpas e claras...
Tão rasas e claras...
Tão claras

Apenas claras

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Momento de bar

Estava para chover aquele dia , ou ,talvez , para a chuva parar.
Não era dia, não era tarde.Veio uma cerveja para parar e comparar.
Do tempo tem-se algo para falar. - Mas , cara, para e não compara!
-Olhe na minha cara e não diz que a gelada é cara.

Da noite vinha vida, vi da vizinha algo piscar
Marcela, o nome dela ou algo do tipo...
Tipo, não conseguia lembrar.

-Já cansou , já cantou, ou ta sem jeito, Jão?
-São muitas horas para estar são.
-Sai mais outra loira, uns beliscos com pão...!
-Um copinho com aquele quentão!

Agora é madrugada, sinto a brisa da praia,
Mas aqui não tem mar,
Não.
- Foi bom você lembrar.
Fecho o olho e ,então, volto a comparar.

-Tens ainda troco?... Pois o meu já é pouco!
-Já gritei, já tou torto, já tou rouco.
E como loucos, vimos a vizinha Daniela voltar...
-Não era Marcela?
Quero ver o nome sambando da boca dela...
-Pergunta pra ela!
-Oi tudo bem?
-Não vem. Já era!
Não colou, perdi a fala...
- Cara, vira isso logo e paga!

-Para!

-Tenho uma incerteza fugaz
Para beber, não sei o que me faz
Inverto a fala,
Não me dão alguma pala.
O que esta vida me traz?
Ja sei. - Daqui pra trás nao bebo mais!