quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mil motivos para não chorar em seu sorriso de ausência

Uma piada mal contada e um centavo de desconfiança,
Chorar a pouca aposta do provável, e depois sorrir.
Fui te perder e me prender sem ter fiança,
Sou um bandido inocente , sem idéias para mentir.

Tenho mil motivos para idealizar um filme de drama,
De salvar o vilão e matar a dama.
De negar o prazer de quem  ama,
E vulgarizar o cenário de uma cama.

Tenho remédios amargos, cigarros sem marca, assoalhos...
Panos, jogos , drinques , truques e retalhos.
O hipérbato, a hipérbole e alguma cura ,
O raciocínio e a gargalhada da loucura.

Sem muita hora, agora, tenho uma tragédia engraçada,
E mil motivos para não chorar, em seu sorriso de ausência.
Tenho tanto que tropeço em minha palavra roubada.
Sou ator, que morre, sangrado , na vivência...
E , aos berros, descansa com a dormência!

Depois, acorda pros lábios, divorciados com o teatro.Não há aplauso.
Então, pauso. Roubo mil motivos para não sofrer, e agradeço...
Pois paixão imperecível não desfila por preço.

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