terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A platéia de um homem só

Forçou os olhos em aperto,
Começo a pensar e construir:

Instrumentos de uma paixão violenta por violetas,
Flores eram descritas por violas tocadas por Ele
- Tomado por velozes goles de vinho-
Que dos campos vinha só com o vento.

Era uma banda harmonizada só com a mente,
Que tocava como se chorosa estivesse sobre corpos,
Capados entre muitos, cobertos de massacre.
Era só sua mente, e a trama a desgovernar...

E neste palco pulavam pulgas pelas orelhas,
Pecavam, pintavam sobre os pianos os personagens.
Essas pulgas não os deixavam pernósticos ou pinóquios
Anti- pedantes eram esses artistas da inversão!

Na platéia, Ele não queria diretor!
Pois a arte é pura cor e rancor e dor e amor e horror e fulgor... !
Rouca era sua mente; mas não seria ele mesmo O diretor?
Abortou-se da mesma para ser a sua multidão contida,
A multidão de existência refletida fora de si.

- A multidão é o próprio homem em sua condição de recolhimento-
Observador!

Então começou:

Versos verticais varrendo o teto e chão a fora,
Vendaval de muitas músicas e versáteis poesias,
Via-se em si como se para fora, verdadeiro!
Sem ter-se por contido pela verdade vulgar. E gritava:
- Não volto para o mundo! Calem a vanguarda!
A alma dança até o amanhecer da madrugada...

A peça de seu sentimento era chorosa, enquanto gargalhava...

Ele
Inventava...

Era a platéia de um corpo só,
O teatro de um homem só- E o Governador estava morto...
E inúmeros eram os cavalheiros e donzelas,
Vazias e  melancólicas eram as vielas
Acariciadas pelo vento.

O governador estava  morto, o Estado sem ventre.
Venta e enquanto tudo voa, a visão se cria.


E Ele:
Coração de verniz, brilhoso e solitário
Um violino áspero a vagar pelas notas,
Como colinas, vilas, cidades e países fossem.
Viajante dos beijos e mundos vagos!

Poeta em seu próprio vão
(Violentado pelo veneno de uma vodka vagabunda)
Comprando, num trem invisível, seu próprio vagão,
Só para ter todos ângulos da janela, todos mais certos que um não.

Real é a mente,
Ou sua mente era o irreal mais verdadeiro,
Sentimento mais indescritível que flor fina na escuridão!

Realmente,
Ilimitada e rica é a solidão.

Então riu, pois...

Hostil e descritor é só Bukowski.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Todo sonho é um compasso retrô.

Como fosse tudo um sonho, pelos tempos e suas gotas de chuva,
Meninas cheias de eufemismo e as brechas onde habita o sol
Sempre abraçaram- me como esperança, um hedônico engano e descanso.
Como fosse tudo um sonho inesgotável na saliva e no brilho dos olhos,
Onde brilha a chuva agarrada ao horizonte.

Não que seja tudo verossímil, mas foi tudo que senti
E  o que realmente importa é que os sonhos não se limitam
Como se tudo fossem

Entorpecia a energia do exagero,
Ardida no sorriso absoluto, irreal
E muito mais verdadeiro...

Como fosse tudo sonho, os outros olhos se findavam como se fossem outros
De outras épocas ou trossentas histórias, encerravam-se para o recomeço,
Em poucos segundos.
Nessas festas de férias... outras imagens e ondas,
Onde cessava a sede, cedia só a tempestade pelo chão que vive fervendo.

Vivia via vozes, vagina e pele, via peito...através de artes, pelo ar!
Em outro giro, eu vi o resto inundar.

Não que fosse alguma mentira, mas as descrições são mais românticas-
Como fosse tudo um sonho só.

Como fosse tudo um sonho, você não tinha rosto
Apenas o cheiro, que era tudo ou talvez só o tato da garoa,
E minha vontade ao te ver era pura música misturada.
Na beat retrô do Notorious ou na viola saudosa do Angenor,
A melancolia é uma felicidade plena com um tanto de dor!

Entardecia, amor.
O amor entardece,

Como se sonho fosse,
Como se tudo fosse um sonho.
Elas, eu, você, a festa, o sol, o tempo... incidente...
Como tudo sendo um sonho só, agarrado em suas individualidades.

E eu... Eu quis o  Verão de todas outras impercepções,
Só para mostrar aquela estrela mais quente ,
Descrevendo-a de uma forma nova, eloquente...
Tentando fazer da minha paixão o seu...
O seu novo amor inocente.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Das estações da falta que há no limite.

Ser é uma gota de infinito que descansa facilmente e retorna,
Embora haja tanta falta em várias horas...
Vagas.
E o tempo derrama o brilho das vezes em que se quis um abraço...
E só ventou...
Como se quisessem satirizar o limite que há no infinito.

A ironia dos dias nasce como guerra
Que, como inconclusões anedóticas, nos cega os peitos-
Intocáveis de puro teatro e desejo,
Intocáveis até o limite de se contemplar essa inexistência...
Em pura guerra fria,

Depois, só seria despencar... por esse silêncio que se faz como coragem.

Só que há um passo de vinte notas surdas, e mais uns trocos de recados
Distantes e cheios de talvez, cheios de guerra, e uma romântica escuridão.
Nem sempre há cheiro na presença...
Ou sentimento transcendental na crença.

Talvez, o amor resvale na borda da vida como tosse cega,
Rasgue qualquer senso, ceda qualquer resistência, nos entupa como sede.
Ao avesso, essa sensação afogaria. E como faz afogar...
É certo que todo mundo quer seu paraíso.

Mas o paraíso é tão oculto e presente quanto o medo de ser livre.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Companhia ideal

         Companhia ideal não é jeito de achar a brecha da solidão, uma moldura ou um sujeito, mas de ter plausível o que pesa em abstrato, sem propriedade que possibilite uma forçosa distinção. Companhia ideal são os ventos mais leves que só tropeçam naquela pele, que só existem naquele descanso aceso e miúdo, invisível e contundente. Habita a epiderme e dorme no suor.
        Perceber que a companhia ideal é a saudade sem egoísmo, sem vaidade ou matéria é só um livre jeito de olhar a mesma coisa com a paciência da confusão e erro, com o sabor da novidade- sem ansiedade. Respirar sem notar a existência do desencontro, da palavra, sem notar-se como corpo sólido e infundado.
          Companhia ideal é um sol de amigos em plural, uma divisão sem barras e conclusões. Uma imensidão de amores em singularidade. Esbarrão de diferença que se configura privilégios.
             Um dia sem chuva, sem céu notado. Um caminho novo que bruscamente escapa da rotina que não nasceu em sua veia, e leva...e inunda bons ares, ou talvez, lágrimas livres e sinceras de acaso. É ter um outro sem fim. Companhia ideal desmancha a infidelidade por não acatar o conceito do normal, por ter a pura presença como colo macio, perecível e eterno; por ter como dádiva a pura existência de alguém que sorri-  A compreensão em forma de garoa, infinitas portas de reinventáveis labirintos.
           Companhia ideal é a interpretação quieta e indiscreta das infinitas intenções de um olhar, uma hora sem ponto, um abraço sem tempo e recado.
              Minha companhia ideal é um abismo de sonhos por todo um sorriso compartilhado, um leve jeito de se perder de mãos dadas por vários caminhos inconclusos. É ver e perceber a felicidade como alma.
             Companhia ideal é amiga, clara maneira de respirar para dentro e longe de si,  modo que não seja necessário dormir para ter descanso.

sábado, 1 de outubro de 2011

Rebobinada boba

Andando indiferentemente nua, longe, vagando na lua
Te vi pelo eterno deserto das cores da rua...
Respirando e respirando pelo suor de seus sonhos
De banhos de beijos, de ensaios de enganos...
Sorrindo desenganos , sobras agudas e impuras

Da tatuagem do seu cheiro, grudado na cama,
Da expectativa por assistir seu olhar me pousar.
Mas as distâncias são completamente... Lugares.
É,. e só no seu rosto eu guardava todos os lugares
Que podia viajar, tomar, desocupar e cansar.

Paixão breve, como um abraço eterno no meio da chuva,
Paixão insana,

Que perdi pelo deserto das sombras da rua,
Com medo de ser falsa a dor, como política demagoga...
Mas nunca deixei de tentar libertar os desejos mais pesados
Por nossos corpos, por nossos ditados de dias só
Perdi seu cheiro com os cigarros que se cansaram,
Como cadernos que se escondem para não serem apagados,
Como conquista por proclamação de versos roubados,
Risadas avulsas no palco fundo de um drama!

Ah,
Há quem dance!

Mas talvez, fossem apenas dias envelhecidos de um romance,
Em que tive seu gosto tatuado por toda cama...
Longe e tão perto era:
A mágoa do olhar de um personagem de filme argentino,
O piso firme perdido em milhares quilômetros de lama,
O amor hostil da farofa sarcástica de Tarantino.
 
Há quem dance!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cruzamento

Embaixo desse sol ,
Constatei que nenhum pensamento mergulha em seu abismo.
E foi com todo esse suor que senti o mais charmoso frio,
Que me fazia apertar-me sem que entendesse seu abismo!


E isso durou menos de um segundo, na Segunda,
Em segundo plano, como precipício em tela de pintura...
De longe seu semblante na paisagem, sua pele e cintura...
Insustentavelmente leves, que me faziam perder de seu abismo,
Que me faziam voar por seu abismo.


Embaixo daquele sol laranja, vendo plano d`agua embaçado,
Te olhei com um amor suicída, com uma indiferença de pijamas...
Como uma brisa pousada sob uma árvore, sorri e imaginei te beijar.
Andei embriagado em sua direção e só abracei seu cheiro pelo ar,
Que saiu de ti com o vapor- arte do suor, sem que me visse...
Sem que me visse te atravessar!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quase

Encostei, pesado e lento, num travesseiro e me estive quase.
Quase por duas vezes, quase por absolutamente nada, quase por dizer,
Quase por pensar, por sentir salvar o que não se havia de  perder.
Quase por inventar que amar é um escape cinematográfico da solidão.
Quase por  um beijo que me pega , me leva, me erra
Não me devolvendo mais do sonho de quase pura imensidão.


Encostei, pesado e lento, num travesseiro e me estive quase.
Quase por gotas infinitas de sangue, quase por absolutamente tudo de razão
De quase desvio, quase deserto, de certo quase escuridão,
Por tão quase, quase que sorri na iminente tentativa de chorar, 
Fase,
Em que quase acreditei que não tivesse medo de amar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

idéia parcialmente trocada.

Os olhos formigavam na inconstante leveza de ser, um agravo sereno e inócuo levitava na planície da carne adormecida. Era a incerteza da promessa, um tensão que proporcionava cãimbras à alma, era a pura paixão materialista e egoista, respirando as mentiras de conversas e expectativas, que representavam um cunho um tanto quanto pedante para Ela. Precisava provar, registrar, fazer sofrer, para ter-se como existida, amada.
Pensava, esperando  visitas, no ultimo dia de UTI. Já teve (sem saber o grau  de dignidade do orgulho) a pura eloquência feroz na paixão pela negação, força maior do que a esquecida idéia de afirmar. Mas, destarte, fazia-se nostálgica e altruísta, impossível por ter de presente aos outros, a própria lágrima. Egoísta, em ênfase, por ver na matéria conquistas fúteis que alimentavam e alimentaram a sensação de felicidade, tendo a posse por e com amor.
Morreu, na prolixia de palavras como essas, esperando ser lembrada e levada no verso de alguma música,no canto escrito de alguma carta, no primeiro plano iluminado de algum retrato.
Morreu, soleníssima, e , ainda assim, limitada... A capacidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mefistofélico

Não tira esse riso da cara, cara demais pra raça,
É graça branda, branca que encara a fala sarcástica.
Suástica falsa e estúpida, que entope o semblante,
Disfarça a farsa, soldado burro! Mal que há de ser brasa....

Que queima o ar escasso, na rima risada rouca e ranzinza.
Vê se tira esse riso da cara, que do bem não pode ser!
Sermão, contudo, é todo do tudo que a ti nao faz conteúdo.
Então... Vá embora, de mora, devolva meu sol, meu som , sem demora!

Eu brinco, tu brincas, mas luta é culta na fala.
      minha Lenda, a tua é lenta.
A sorte sua se desmancha na arte, que não paga ou rende pala.

Cansei, camarada. Tu não divertes minha alma.
Sai-te daqui, com sua olheira...
Vá para puta que  te pariu, que o que venta de ti não cheira!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Meu irreal

Era verão de lagos azuis e tristes, de lindos que eram os pastos,
Pastos da aventura, do inimaginável encontro de almas aquecidas no silêncio.
Era a ver de natureza o verde de seus olhos, tão escuros e macios ,
Que não me lembro bem, não sei se falei algo ou fiquei apenas inquieto.
Não me lembro de sua face, mas te sinto com jamais esquecerei...
E como um dia jamais hei de ter esquecido, pois de tão gelado
Sei o que é estar aquecido, nas profundezas de uma madrugada romântica.
Era verão de colinas enigmaticas e esconderijos que jamais encontrei,
Piratas fantasmas, rosas cintilantes que me cegavam a ponto de não lembrar
De tatos. De tatos e sons que jamais encontrarei.
E de tão findável tornou-se inarradável, a percepção...
Tão concreta como uma fotografia, surda e invisível.
Para os não contadores e cantadores, indizível!
Eterna respiração para alienar a alma, com uma lona de falácias...
Falácias belas, como o olhos azuis já citados , pois quando negros que vi... Eram lindos.
Eram relâmpagos no verão de rios; rios músicos na vivência mais inerte e nua,
Crua pele, que não vejo em minha mente, mas falo e descrevo.

Era verão que jamais esfriou, não se despediu, não entardeceu como seu beijo,
Não cedeu no paladar, pois este não prensou em meu semblante de saudade.
Verão que jamais se enriqueceu, jamais saiu  da sinfonia de sua proposta,
Iluminou, choveu, pereceu, renasceu, me trouxe você que se esvai de minha memória, quando choro . -Jamais, jamais como força discipada ao nada.-
Semeou, escureceu, amanheceu, respirou, se pôs como eterno...
E foi embora ... cantando pela floresta enorme que se abriga em mim.
Verão que sempre procurei como caçador, mentindo como pescador
Como um fanfarrão poeta tristonho, que mal sabe se há verdade no ponto que não ponho,
Que mal sabe se tudo foi e me baila, como um inócuo e grande sonho.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Foste busca

Desertaram-se os olhos, que se fechavam e se iam...
Beirando o horizonte, calado e dado à sonolência de via da palavra,
E ao sonho, sonho que se levava.
Desertaram-se os olhos, que se fechavam e se iam, castanhos.
Desertaram-se as desculpas e as proliféricas mentiras,
E tudo se pôs como um deserto, deserto úmido
De olhos, que por lembrança, saudavam paixão...
E uma voz doce e longíqua, em reverberação.
Desertaram-se as estrelas do universo de um âmago;
E tudo se pôs, de certo.
E tudo se pôs como o sonho, sonho ermo e deserto.

Sonho, onde você sorria por sua alma macia.
Onde eu não precisava falar e amar alguma mentira.

sábado, 2 de abril de 2011

Não te cales.Não me cales.( afasia selvagem)

Não te cales, não me cales. Abra-te como uma flor que se descobre
Exalando sua cor, coberta de amor e dor, dormida em seu ignóbil explendor.
E recolha, por favor, seu olhar pernóstico, seu movimento pérfido e parnasiano,
Morra e ressucite em mil enganos, enquanto vive no seu beijo, o meu coração ,
Insano , a pendular sem tração.

Eu me disparo, por dentro, ao percebê-la de repente,
E ajo antes do pedido do desejo ou abraço. E , ainda, depois ,
Que me julgue delinquencialmente improcedente.
Mas, acontece que isso não nos exterioriza a dois.

Exporte seu cheiro, faça meu esporte;
Não fale, me grite, me pinte e atue na minha morte
Com o asco heróico e militante, subversão da boa sorte.
Seja minha guerra, meu carnaval, meu ponto e meu corte.
E suma, por longos tempos e breves ares, pra longe do meu forte.
Mostre porte e me conforte, me deixe, me aborte!

Mas não me cales, não te cales.

sábado, 26 de março de 2011

Gravado

Acordei em uma sociedade de moda, ilustrando mudos sorrisos modernos,
Contaram- me sobre funções e horas marcadas, sem diferença pra verão e invernos.
Aprendi, de tanto notar, que  o caro é o escasso, assim nem liguei ao começar a gastar,
Que de tanto feliz me fiz,  mal conseguindo os conectivos dativos pra raciocinar.

Boa foi uma lei para me sancionar!
E me lançar na projeção do mundo protocolado,
Informações a ter, é força para ser um ladrão arrumado.
-Não fique cansado, mas sim preparado, por hora retardado, tipo...
Mais ou menos controlado.

No final, tanto me rendi ao corte de linguas, que meu racicíono ficou atrofiado
E assim não consigo um texto mais elaborado.
Amanhã ja é Segunda, dormirei com meu desperdor ligado.

Meu status já está gravado.

quarta-feira, 9 de março de 2011

(L)

Eu desculpo, sem saber se devo, perdido nas alegorias,
Nas avenidas, nos becos do seu sorriso recolhido.
Perfume ausente, choroso no mar de alegrias;
Sou um palhaço indigno, no carnaval, perdendo

Vozes despertas,
Melodias corretas,
Ruas desertas
E paixões incertas.

Levei a desculpa, bêbada ao som de gargalhada
Uns tons de festa e amor, um copo de confetes e mais nada.
Iníquo samba me tocou, quando o fócuo dessa festa falhou,
Zerando minhas contas de segundo para ter ver, perdida, por acaso.
Acontece que queria um motivo pra te gritar e não te perder.

terça-feira, 1 de março de 2011

Tropeço

Seu beijo, um lago quente ao alto de uma montanha escondida ,
Em uma pausa cansada de bando, que no voo se dissolve.
Traz um excesso que encanta, por dentro da mágoa moída...
E nesse lago,  um oceano se envolve.

De Neruda, usurpo e exponho o maior naufrágio.
Contudo, rasgue qualquer elogio, pois recolho ...
Recolho sem qualquer sufrágio.
Mas quem sabe, um dia lhe direi de volta
A  mais maliciosa fragância de flor, que a paixão solta!

-Vinte poemas de amor,
  Uma alígera trepada,
  E uma canção desesperada !-

Não sei...

Acontece que respiro por meu arquipélago de sentimentos,
Que se desfaz, se distrai, se espanta e se desmancha!
E por noites se encanta, com a "brahma" que me ama
Fazendo-nos proporcionar amor isento...

- Mil contos de paixão,
  Uma intensa noitada,
  E uma eterna, enquanto breve, gargalhada!-


Sem você, findável criação de tormentos,
Trecho de músicas esquecidas,
Poeira de tardes exauridas,
Caminhei na mão e contra-mão de libertos ventos!
Porém , Agora, distante , em póstumo naufrágio - salvo a Pablo-
Mergulho em um arquipélago de pretéritos momentos.




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Angústia de mundinho

Todo mundo muda, e isso morre de forma muda
Ja me falaram que a indecisão é uma madrugada inquieta,
Ou sou eu, andado pela ruas do aterro, mudo do  mundo que muda.
Não é incoerência ou precisão, decisão ou falta de
É o andar pela calçada, e o casal que passsa de mão dada
Pela noite quieta , adormecida, como nada que se passa.
Tudo de resto fica igual, a árvore, o prédio , a moral
Mas um dia o que me falaram e o que ficou...
Não vai ficar igual, e doeria conferir.

Agora, só
Não cales o canto de ar fleumático
Que pensar não é qualquer metamorfose
Ou um pequeno sonho vazio...
Só que sob esse céu, célere fica tudo que informa,
Surtos curtos, ventos, sons, ruídos, idéias velhas,
Velhas saudosas histórias lembradas, em trilogias.

Tudo pouco muda, mas não me chame de racional,
A  liberdade dói como uma queimadura esfolada,
Que pranta na dor e no berro, a folia de vendaval.
Eu adoraria te ligar para saber se existiu, não te lembras
Fato- razão, sei que não, sou pouco são, de que meu medo
É negação...



Me vi como um alpinista em pleno romance com a idéia de morte

Mas, porra!!!! Tudo muda, ainda bem que sim
Ainda assim, o inviolável silêncio da sua existencia machuca,
Foda-se seu desprezo , está empalado nos goles mais gelados,
Caindo entre abismo deserto da memória,  não tocando nenhum chão.
Por tal , só fica o berro! Que raiva! Estão quentes quanto fugazes,e por que gelados?
A madrugada é uma puta inquieta, solta no Verão


Tudo muda
E eu, Por que não?
Mas continuo te olhando,
O coração disparando
E nenhum ar entrando em meu pulmão.

Em pleno esforço,
Nenhum ar entrando em meu pulmão.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Miúdo espasmo de inconcreto conceito

Tento ver, como se o tempo fosse vento
E como se com a minha ânsia, cansaria-me de tentar.
Venta como se o tempo fosse voar
Te levando para onde é vergonhoso lembrar.

Tentas lembrar, confusa , como se inexistisse
O vento, que tão melódico nos faz dormir.
Tentamos ver, como se vento fosse o tempo,
E como fosse infinito  a iminência de sentir.

Mas tendo  nostalgia, esse vento não é inarredável.
Como tentavas ver. Como se colasse à respiração.
Mas o senso não é constante, é vulnerável.

Não tentes  te explicar igual a violas tristes, em puro lanho ...
Pois para mim, mesmo assim , em seus olhos, estará Verão
Que não se abala com o tempo do vento da paixão.

De triste fim de sonho.