domingo, 6 de maio de 2012

O mais forte do sorriso


Apesar da insuficiência confirmativa da realidade,
Das viagens que me acomodam em inexistência, 
da escuridão dessa coisa qualquer,
Dessas ruas ébrias sobre sua beleza certa...
É tudo mais forte que isso.


Te pensar é um insosso vandalismo em mim,
Uma construção externa de existencialismo tosco.
Não há foco.

Só que... Se sorrio é para melhor te invadir.

Um devaneio que não te quer e não te beija
 te ama sem te ver,
  Te tatua pela dor,
 chorando e agarrando através de silêncio,

Que vaga

Nas calçadas abatidas de algum lugar qualquer...
Meus olhos se tropeçam parados
Como nada que possa descrever,
Porque não há porta mais estreita do que o enigma
Que inverna sua face.

Esse desespero - bom ou ruim-
 uma confirmação cega num diálogo entre ausentes,
Surge como quando por ai te percebo,
Surdo.

Sem nexo.

Mas ainda sem te ver, eu te atravesso com um jeito longo-
Quando durmo e quando nunca te toquei,
Quando nunca te sonhei
Quando ali você sorri


Em mero desengano,
Sem rédea, sem jeito, sem dono.
Tão forte como o "para nunca mais."

Em um único alívio breve, você sorri
Bem branda, sem foto. Sorri.
Ainda que haja um deserto em meu abandono.